CET-Rio pressiona trabalhadores em assembleia

Secretário de Transportes e gerentes comparecem à assembleia e incitam divergências

Falta de propostas e assédio moral. A assembleia dos trabalhadores da CET-Rio, realizada na tarde desta quinta-feira (16), no Senge-RJ, foi um retrato da situação que os engenheiros sofrem dentro da empresa.

A CET-Rio não apresentou nenhuma proposta durante durante a última rodada de negociação. Apenas respondeu as questões do sindicato e, até o início da assembleia, não havia enviado a minuta especificando as pautas do acordo.

Por isso, o diretor de negociações do Senge-RJ, Gunter Angelkorte, iniciou a assembleia afirmando que o único documento que eles tinham para se basear era a ata da última negociação.

Empresa não apresenta proposta

Além disso, Gunter criticou a “tentativa da empresa de eliminar os passivos” relativos ao Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS). Na ata da última rodada, a empresa afirma que irá o PCCS em setembro, mas “zerando eventuais avaliações anteriores não implementadas.”

A advogada do Senge-RJ, Danielle Gabrich Gueiros, afirmou que a empresa está proponto o mínimo e que “pode haver consequências negativas para as ações
individuiais” caso o sindicato assine esse acordo.

Gunter também afirmou que “isso claramente configura renúncia e que o Senge-RJ não assina renúncia. A empresa tenta, através do PCCS, eliminar os passivos existentes”, critica Gunter.

Segundo ele, a empresa está eximindo de todas as responsabilidades relativas ao PCCS e jogando nas costas do trabalhador. “Se a empresa quiser negociar o passivo ou apresentar uma nova proposta, nós negociamos. Mas desse jeito, não. Tem uma palavra na língua portuguesa que representa isso que está acontecendo aqui: chantagem. E isso é o mais profundo desrespeito ao trabalhador. Não é dessa forma que a gente vive em um estado de direito pleno”, afirmou o diretor.

Representantes da CET-Rio comparecem à assembleia

Além disso, também estiveram presentes o Secretário Municipal de Transportes, Alexandre Sansão, a gerente do departamento de Recursos Humanos, um representante jurídico e vários gerentes.

Para a advogada, a presença de representantes da empresa em uma assembleia que deveria ser apenas de trabalhadores mostra que pode estar havendo assédio moral dentro da CET-Rio.

“Eu acho que essa assembleia não deveria nem deliberar nada porque os senhores estão sendo pressionados”, afirmou Danielle.

Em um determinado momento, em meio a uma discussão, o Secretário Municiapl de Transportes, Alexandre Sansão, exigiu que a mesa conduzisse melhor o debate. O diretor do Senge-RJ, que presidia a assembleia, achou que o secretário estava sendo “mal-comportado” ao interromper a fala de outra pessoa. Alexandre, então, se dirigiu até o diretor e o chamou para “brigar na rua.”

“Isto configura claramente atitude anti-sindical e perfil assediador. Os senhores estão sendo pressionados pela empresa. Eles não deveriam nem estar aqui. Isso é uma assembleia de trabalhadores. Eles só puderam se manifestar porque esse sindicato é muito democrático”, criticou Gunter.

Por causa da falta de propostas da CET-Rio, a ampla maioria dos engenheiros presentes decidiu manter a assembleia aberta e mandar um ofício à empresa solicitando uma nova proposta. Uma pessoa votou contra. A representante do Senge-RJ na CET-Rio, Vera Bacelar de Sá, já havia pedido a minuta de pauta para os representantes da empresa, mas ela não foi enviada.

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